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Menopausa precoce impede a maternidade


Cerca de 1 - 3% das mulheres terão sua menopausa antes dos 40 anos. A falência ovariana precoce responde por cerca de 10% das amenorréias e 1% dos casos de infertilidade.
A menopausa precoce é causada por um motivo conhecido que marca o fim das funções reprodutivas femininas. É o que acontece com mulheres portadoras de câncer - que se submeteram ao tratamento quimioterápico ou radioterápico, terapias que prejudicam a fertilidade feminina - e com as que tiveram que remover cirurgicamente os ovários. "Tanto a menopausa resultante do processo de extração dos ovários, quanto a que resulta de tratamentos de câncer produzem sintomas intensos de calores e suores, bem como secura vaginal e os demais desconfortos que caracterizam a menopausa porque provocam uma queda brusca na produção hormonal", explica o especialista em Reprodução Humana, Joji Ueno.
Quando a menopausa ocorre antes dos 40 anos, sem uma causa aparente, costuma-se identificar o processo como Falência Ovariana Prematura ou FOP. "Os desconfortos da transição hormonal, neste caso, ocorrem gradualmente, como na menopausa natural. Os ciclos menstruais tornam-se irregulares e os demais sintomas e outros distúrbios típicos do desequilíbrio hormonal começam de forma branda e recrudescem, como na fase normal de transição ou perimenopausa", afirma o médico.
A FOP pode ter causas genéticas ou ser conseqüência de doenças auto-imunes como a artrite reumatóide, o lupus e o diabetes. "As doenças auto-imunes levam o organismo a desenvolver anticorpos que, em alguns casos, afetam o sistema reprodutivo e interferem na produção dos hormônios que regulam a ovulação e as demais funções ovarianas", explica Joji Ueno, coordenador do curso de pós-graduação, Especialização em Medicina Reprodutiva, ministrado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
As pesquisas médicas vêm revelando que a idade da menopausa tem a ver com a história familiar da paciente. Isto é, as filhas tenderiam a enfrentar o processo por volta da mesma idade que suas mães, irmãs ou avós. "Este dado pode indicar a probabilidade da menopausa prematura se repetir, quando faz parte do histórico familiar", diz o médico. Outra razão para a menopausa aparecer mais cedo é a ocorrência de infecção de origem viral durante a gravidez, fato que pode afetar o desenvolvimento dos ovários do feto e levar a menina a nascer com menos óvulos do que o normal e a esgotar seus estoques antes da época naturalmente prevista para a maioria das mulheres.
Defeitos no cromossomo X também podem interferir na produção dos óvulos e antecipar a menopausa em seis ou oito anos. Outros tipos de defeitos cromossômicos podem levar a mulher a menopausa antes dos 20 ou 30 anos. "Existem casos de problemas genéticos como a Síndrome de Turner em que a mulher nem chega a desenvolver os ovários e a menstruar", explica Joji Ueno.
Diagnóstico e tratamento
A determinação da causa da menopausa prematura é importante para as mulheres que desejam engravidar. O exame físico é útil, seguidos por exames complementares, como o de dosagem hormonal e o ultra-som ovariano. Exames de sangue podem ser realizados para se investigar a presença de anticorpos que acarretam danos às glândulas endócrinas - exemplo de doenças auto-imunes. Para as mulheres com menos de 30 anos de idade, uma análise dos cromossomos é geralmente realizada.
Confirmado o diagnóstico, a regra para tratamento é a Terapia de Reposição Hormonal, a TRH. "O uso da TRH é imprescindível nos casos de menopausa de origem cirúrgica ou provocada por quimioterapia, em virtude da intensidade destes sintomas", afirma Joji Ueno. Além disto, a menopausa precoce é indicação precisa de Terapia de Reposição Hormonal, pois essas mulheres apresentam risco 4 x maior de desenvolver doenças cardíacas e 7 x maior de desenvolver osteoporose.
Chances de engravidar
A mulher com menopausa prematura apresenta uma chance inferior a 10% de ser capaz de conceber. Suas chances aumentam em até 50% quando é realizada a implantação de óvulos de uma outra mulher no seu útero - a ovodoação - após eles serem fertilizados em laboratório, com emprego das técnicas de Fertilização In Vitro, FIV.
Antes da implantação, são produzidos ciclos menstruais artificiais na doadora e na receptora através da administração de estrogênio e de progesterona para preparar o endométrio e aumentar as chances de uma gestação bem-sucedida.
Para ser doadora de óvulos, a mulher precisa preencher alguns requisitos básicos. Segundo a Sociedade Americana de Reprodução Assistida, a idade deverá estar compreendida entre 21-34 anos, deve possuir um bom estado psicofísico, histórico negativo para doença de transmissão genética, testes negativos para HIV, sífilis, hepatite B e C e cultura cervical negativa para Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis.
Nos Estados Unidos, a doação de gametas pode ter caráter comercial, de modo que a mulher que necessite de ovodoação pode escolher a doadora e remunerá-la pelo procedimento. "No Brasil, o Conselho Federal de Medicina, em resolução de 1992, determina que a doação de óvulos não pode ter caráter lucrativo - assim como a doação de leite materno, sangue, órgãos e tecidos - e deve ser preservado o anonimato da doadora", explica Joji Ueno.
JOJI UENO
Joji Ueno é ginecologista, especialista em reprodução humana. Integra e dirige o corpo clínico da Clínica Gera, referência em laparoscopia ginecológica e histeroscopia. É Doutor em Medicina pela Faculdade de Medicina da USP. Coordenador de Pós-Graduação Lato Sensu, Especialização em Medicina Reprodutiva, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês. É também o responsável pelo Setor de Histeroscopia Ambulatorial do Hospital Sírio Libanês e fellow do The Jones Institute for Reproductive Medicine da Eastern Virginia Medical School, nos Estados Unidos.

Infertilidade masculina pode ser evitada


O estilo de vida e os hábitos inadequados incluem drogas e outras substâncias prejudiciais à formação dos espermatozóides. Os fatores iatrogênicos são causados pelos próprios tratamentos médicos como as vasectomias, hérnias ou o uso de certas substâncias. Os riscos para a infertilidade masculina podem ser divididos em quatro categorias, fator testicular, estilo de vida e hábitos inadequados, fatores iatrogênicos e fatores da relação sexual, e todos eles prejudicam de alguma forma a fertilidade do homem, que na maioria das vezes estarão refletidos no sêmen através do espermograma, exame que analisa particularmente a concentração dos espermatozóides. Veja dados desejados (1)
Especialista em infertilidade Arnaldo Schizzi Cambiaghi e diretor centro de Reprodução Humana do IPGO (Instituto Paulista de Ginecologia, Obstetrícia e Medicina da Reprodução), afirma que muitas pessoas não sabem que, geralmente, a infertilidade pode ser evitada, "da mesma forma que outras doenças como doenças cardiovasculares, câncer entre outras". "A forma como as pessoas agem antes de estarem prontas para ter um filho pode interferir na sua capacidade de conceber", completa Cambiaghi.
Fatores testiculares como: criptorquia ou testículos que não desceram; torsão de testículos; varicocele; infecções do trato genital tanto de próstata, epidídimo ou testículo além de hábitos inadequados, drogas recreativas como cigarro, bebida alcoólica e maconha põe em risco a fertilidade masculina. Estudos têm demonstrado que fumar mais do que 20 cigarros por dia leva a alterações de concentração e da motilidade dos espermatozóides. O mesmo ocorre para aqueles que fumam maconha ou usam cocaína. O álcool em excesso está associado à diminuição das testosteronas e diminuição do volume do sêmen.
Há também medicamentos para o tratamento de algumas doenças que podem influenciar negativamente a fertilidade masculina, como por exemplo: a quimioterapia e radioterapia, por isto, homens que não tem filhos devem ser alertados sobre os bancos de sêmen ou biópsia testicular seguida de congelamento como opções para preservação da fertilidade; as toxinas do meio ambiente como os solventes, pesticidas e alguns metais como o magnésio e o chumbo e doenças ocupacionais além de exposições ao calor que ocorre em algumas profissões; os efeitos tóxicos geralmente são reversíveis assim que a ação do produto é descontinuada.
(1). Espermatozóides - (número desejado por ml. = 20 milhões), morfologia (o formato de grande parte deles, 14%, deve ser oval) e a motilidade (metade deles devem ter movimentos vigorosos e direcionais). Alterações destes valores poderão levar a infertilidade.

Por que uma mulher não consegue engravidar?


A constatação de problemas de fertilidade só é feita pelo especialista em reprodução humana. Exames auxiliam a revelar as causas e a traçar diagnósticos precisos
Muitos casais se deparam com um fato inesperado quando decidem ter um filho: a infertilidade permanente ou temporária. Normalmente, a mulher que não faz uso de métodos contraceptivos pode levar até 12 meses para engravidar. “Em princípio, mulheres que utilizam anticoncepcionais orais, podem engravidar assim que o uso das pílulas for interrompido. Já os anticoncepcionais injetáveis de aplicação mensal ou trimestral podem ter um efeito cumulativo no organismo”, explica o médico Joji Ueno, diretor da Clínica Gera.
Se a gravidez não vier naturalmente, em um ano, o casal deve procurar ajuda médica. Ou mesmo antes, se houver suspeita de alguma causa de infertilidade, como por exemplo, cirurgia abdominais anteriores. Antes de desistir do sonho de ter um bebê, o casal deve saber que infertilidade não significa incapacidade permanente de concepção. Por isso é preciso procurar auxílio profissional para investigar as causas que dificultam a gravidez e partir para o tratamento mais adequado e, se necessário, para a fertilização in vitro.
A constatação de problemas de fertilidade só é feita com acompanhamento médico e exames que podem revelar as causas e traçar diagnósticos precisos para cada disfunção. "A infertilidade, masculina ou feminina, pode ser revertida em muitos casos. Com tratamento adequado, as chances de gravidez chegam a 30%, mesma taxa de um casal que não apresenta problemas", afirma o especialista em reprodução humana.
Causas da infertilidade feminina
Problemas ovulatórios, obstruções na trompa, doenças uterinas, infecções no colo do útero e fatores imunológicos estão entre as principais causas de infertilidade feminina. "Muitas mulheres apresentam dificuldades para ovular causadas pela Síndrome dos Ovários Policísticos ou por disfunções na tiróide ou nas glândulas supra-renais", diz Joji Ueno, que também é Doutor em Medicina pela Faculdade de Medicina da USP.
As obstruções nas trompas podem ser causadas pela endometriose ou algum tipo de aderência que dificulte a mobilidade, ou seja, o transporte do óvulo até o útero que é realizado pela trompa. Em alguns casos, os problemas estão localizados no útero, causados por miomas e pólipos. “As infecções do colo do útero também impedem a gravidez porque deixam o muco vaginal hostil, não permitindo a sobrevivência e a passagem do espermatozóide”, afirma o médico.
Há casos também em que a mulher não engravida porque seu sistema imunológico entende o espermatozóide como um intruso e o rejeita. Somados aos fatores biológicos, segundo o médico, estão também o uso de drogas, álcool, remédios sem prescrição e hábitos de vida sedentários que podem causar infertilidade também.
Exames auxiliam o diagnóstico
O médico especialista em reprodução humana, após ouvir o problema do casal, pode investigar várias das hipóteses citadas anteriormente antes de atestar a infertilidade do casal ou de definir um tratamento. "Contamos, hoje, com uma série de exames que apontam onde está a dificuldade feminina para a fecundação", diz Joji Ueno.
O primeiro exame, a histerosalpingografia, revelará a mobilidade e permeabilidade da trompa, atestando se ela permite ou não a entrada do espermatozóide para a fecundação do óvulo. Se nenhuma anormalidade for identificada, os exames seguintes monitorarão a ovulação, as dosagens hormonais e o controle do ciclo menstrual. “Aqui, o médico necessita do ultra-som, que averigüa o crescimento dos folículos do útero e o funcionamento das glândulas”, explica o médico.
O diagnóstico completo pode ocorrer com a laparoscopia ginecológica. “Este exame só é feito quando os anteriores não esclarecem a causa da infertilidade feminina e o espermograma do parceiro não apresenta problemas”, esclarece Joji Ueno.
A laparoscopia é muito empregada no diagnóstico de doenças existentes no interior do abdômen como a endometriose, miomas, cistos de ovário, dor pélvica aguda ou crônica, aderências genitais e também no diagnóstico de infertilidade. Por se tratar de um exame minimamente invasivo, a videolaparoscopia é considerada praticamente um procedimento ambulatorial, em termos de recuperação. Nos casos onde há a necessidade de realizar procedimentos cirúrgicos empregando esta técnica, a internação da paciente é necessária. “Após uma avaliação médica completa, que inclui exame ginecológico e uma avaliação pré-anestésica, o exame é realizado sob anestesia geral”, explica o médico.
Quando a paciente está anestesiada, uma pequena incisão é feita no interior da cicatriz umbilical. Uma agulha é colocada e através dela é feita a insuflação do abdômen com gás carbônico. O gás empurrará as alças intestinais para cima, longe dos órgãos genitais, permitindo a inserção de uma ótica acoplada a uma micro-câmera com o monitor. “Esta micro-câmera aumenta a visão do médico em até 20 vezes, para que ele avalie com precisão as trompas, os ovários e o útero”, afirma Joji Ueno.
Quando o procedimento estiver terminado, apenas um ou dois pontos serão dados na incisão do umbigo e suprapúbica, colocando-se apenas uma espécie de band-aid como curativo. “Se durante o exame, alguma anormalidade for percebida pelo médico, ela poderá ser corrigida e a laparoscopia diagnóstica se torna cirúrgica”, conclui.
JOJI UENO
Joji Ueno é ginecologista, especialista em reprodução humana. Integra e dirige o corpo clínico da Clínica Gera, referência em laparoscopia ginecológica e histeroscopia. É Doutor em Medicina pela Faculdade de Medicina da USP. Coordenador de Pós-Graduação Lato Sensu, Especialização em Medicina Reprodutiva, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês. É também o responsável pelo Setor de Histeroscopia Ambulatorial do Hospital Sírio Libanês e fellow do The Jones Institute for Reproductive Medicine da Eastern Virginia Medical School, nos Estados Unidos.

Saúde do homem: é preciso conhecer as causas da infertilidade masculina


Infertilidade não significa a impossibilidade definitiva de ter filhos
As estatísticas mundiais a respeito da infertilidade mostram que mais ou menos 15% dos casais que desejam engravidar apresentam algum tipo de problema que pode levá-los a um diagnóstico de infertilidade. Durante muito tempo, os problemas relacionados à concepção foram atribuídos exclusivamente às mulheres e só recentemente passaram a fazer parte do universo masculino. "Talvez esta seja uma das explicações para a desinformação e o preconceito sobre a infertilidade masculina entre a população", afirma o urologista Ricardo Felts de La Roca.
Depois de 12 meses tentando engravidar sem sucesso, o recomendável é que o casal procure auxílio médico, e a mulher seja examinada pelo ginecologista e o homem, por um urologista. Esta avaliação médica começa com o levantamento da história do casal, onde se pode verificar se o casal mantém relações sexuais regularmente. "Em seguida, no caso do homem, procura-se identificar algum possível problema físico que esteja impossibilitando a gravidez, como dificuldades de ereção e para ejacular, e pede-se um espermograma, para determinar a quantidade e a qualidade dos espermatozóides ejaculados", explica o médico.
Produção inadequada de esperma
O espermograma informa ao urologista o número de espermatozóides que o homem ejacula. "O normal é ter 20 milhões de espermatozóides por mililitro de esperma e que 50% deles sejam móveis, isto é, tenham a capacidade de sair da vagina e chegar à trompa para encontrar o óvulo", explica Ricardo Roca. Vinte milhões não é um número absoluto, muitos homens com número menor de espermatozóides conseguem engravidar uma mulher, se ela for jovem e for fértil. Como depois dos 35 anos, a fertilidade feminina começa a cair, aí, sim, o homem tem de produzir espermatozóides em quantidade e qualidade adequadas, informa o médico.
A primeira causa de infertilidade masculina é a baixa produção ou a produção inadequada de espermatozóides, decorrente de alterações hormonais, varicocele ou processos infecciosos ou inflamatórios, "que podem, uma vez reconhecidos, serem revertidos com tratamento médico adequado", informa o urologista.
Varicocele
O aparecimento da varicocele, varizes que aparecem no cordão espermático, pode atrapalhar a produção dos espermatozóides, pois essas varizes fazem com que a temperatura escrotal e intratesticular aumentem, acarretando alterações na produção dos gametas. "Entretanto, 60% dos portadores da doença não apresentam nenhuma alteração da fertilidade. Os outros 40% , em geral, são inférteis", afirma o médico, que também é assistente estrangeiro da Faculdade de Medicina de Paris V - Hospital de la Pitié-Salpetrière.
Tabagismo
Em relação aos fatores comportamentais que podem comprometer a fertilidade, alguns requerem atenção especial como o tabagismo. "Hoje, 35% dos homens em idade reprodutiva fumam, o que pode influenciar negativamente nas chances de sucesso de uma gravidez", diz o médico. O tabagismo masculino está associado à redução na qualidade do sêmen, incluindo concentração de espermatozóides, motilidade, morfologia e efeito potencial na função espermática, além das alterações nos níveis hormonais. "Costumamos recomendar àqueles indivíduos que apresentam sêmen de qualidade marginal e história de infertilidade, que deixem de fumar para que haja uma melhora da qualidade do sêmen com a interrupção do tabagismo", diz Ricardo Roca.
Uso de drogas e medicamentos
A prática sexual sem o uso de preservativos também é apontada pelo médico como um dos fatores que pode levar à infertilidade, devido às doenças sexualmente transmissíveis. Outro comportamento muito habitual é o uso, muitas vezes, o abuso de álcool e drogas como a maconha, que afetam diretamente o funcionamento dos gametas masculinos. "O uso de anabolizantes também prejudica o funcionamento dos testículos, resultando em uma produção de espermatozóides com baixa capacidade de fecundação. Sua ação é parecida com a da testosterona em doses altas: bloqueia o funcionamento da hipófise e, conseqüentemente, a produção de espermatozóides nos testículos. Em 20% dos casos, esse bloqueio é definitivo, irreversível", avisa o urologista.
Alguns medicamentos usados no tratamento de gastrites, úlceras, hipertensão arterial e infecções por fungos, também podem causar danos à saúde reprodutiva. Há também um medicamento muito usado para combater a queda de cabelo - a finasterida - que provoca diminuição do número de espermatozóides, principalmente naqueles que têm fatores de risco associados, como obesidade e varicocele, por exemplo, mas é um efeito colateral reversível.
Obesidade
"A obesidade e o sobrepeso, bem como as dietas e a prática de exercícios exagerada também contribuem para uma baixa na taxa de fertilidade masculina, pois provocam uma diminuição do número de espermatozóides", explica o médico. O estresse é outro fator relevante. "Nos homens, o estresse causa problemas de impotência, dificuldades de ejaculação e alterações na qualidade dos espermatozóides", explica o médico.
Possibilidades terapêuticas
O primeiro passo para um tratamento bem sucedido e a conseqüente gravidez da parceira é o correto diagnóstico da situação. Muitas causas de infertilidade masculina podem ser tratadas por meio de procedimentos simples como a terapia hormonal ou pequenas cirurgias.
Em outras situações mais complexas é necessária a indicação de inseminação artificial. "As técnicas de reprodução assistida, realizadas em laboratório, em nosso meio, ainda são muito caras, mas em centros universitários já é possível contar com departamentos especializados e capacitados para oferecer estes procedimentos para os pacientes com menor renda", afirma o urologista.
Ricardo Felts de La Roca
O urologista dirige a Clínica e Cirurgia Urológica Dr. Ricardo Felts de La Roca. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia, Mestre em Cirurgia Geral pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. O médico também é assistente estrangeiro da Faculdade de Medicina de Paris V - Hospital de la Pitié-Salpetrière, fellow do Colégio Internacional dos Cirurgiões e Membro Correspondente da Associação Americana de Urologia e da Associação Francesa de Urologia.

Os riscos que a varicocele traz ao pai


Muito se fala sobre a infertilidade feminina e pouco se conhece sobre as causas da infertilidade masculina.
Ao contrário da mulher, que desde cedo faz um acompanhamento médico de prevenção com o ginecologista, o homem normalmente não vai ao médico. Por essa razão, acaba não conhecendo muito bem o que acontece com o seu corpo e não detecta precocemente as doenças.
Cerca de 20% dos homens é portador de uma doença chamada Varicocele, doença genética que tem como maior característica dilatação das veias dos testículos, principalmente do lado esquerdo. A doença pode causar infertilidade e até atrofiar o testículo, deixando-o sem função.
Essa dilatação acontece por uma deficiência das válvulas das veias que têm como função não deixar o sangue drenado voltar para os testículos.
Dos homens inférteis, 45% tem como causa a varicocele, mas a infertilidade pode ser reversível se a doença for detectada cedo. A maioria dos homens que descobre a varicocele precocemente e realiza a cirurgia indicada volta a ser fértil, podendo engravidar suas mulheres por vias naturais.
Explicando a varicocele - Quando as válvulas não funcionam direito, o sangue que circula pelas veias dos testículos não é suficientemente drenado, voltando para os testículos e provocando uma pressão maior nas veias, causando dilatação das mesmas e aumento da temperatura dos testículos.
Além disso, ocorre o acúmulo de substâncias nocivas nos testículos, já que o sangue não circula normalmente. O aumento da temperatura com o acúmulo de substâncias nocivas diminuem a produção dos espermatozóides e tem como conseqüência uma dificuldade de fertilização do óvulo – a infertilidade.
"A varicocele causa lesão testicular progressiva, com possível redução do volume do testículo, e perda da qualidade do espermatozóide", esclarece Jorge Hallak, coordenador técnico do Centro de Reprodução Humana do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Musculação em excesso - Muitos especialistas em urologia alertam sobre a musculação exagerada feita por alguns homens. Esse carregar peso em excesso para definir os músculos em menor tempo faz com que o homem carregue mais peso do que suporta, elevando os riscos da varicocele.
A manifestação da doença ocorre em sua maioria na adolescência e pode ou não ser visualizada pela própria pessoa, pois a doença é progressiva. No início, somente o médico identifica a alteração. Se a doença estiver um pouco mais avançada, o homem consegue visualizar as veias inchadas dos testículos.
A dor só aparece se a doença já estiver em um estágio mais grave. A varicocele pode deixar o testículo menor e mais mole.
Cirurgia - Se a infertilidade for constatada, uma cirurgia é realizada. É um procedimento simples que dura entre 2 ou 3 horas e não requer muito tempo de internação. Além da infertilidade, existem outros fatores que indicam a cirurgia, como adolescentes com graus avançados da doença.
A varicocele pode trazer conseqüências irreversíveis, mas se o homem começar a se interessar mais pela prevenção, os danos serão cada vez menores. Não deixe de procurar um especialista.
Dicas
A maioria dos casos de infertilidade masculina pode ser prevenida pela simples atitude do homem realizar exames periódicos.
Se o homem, principalmente em idade reprodutiva, já estiver com sintomas da varicocele, procure imediatamente um urologista.
A cirurgia da varicocele é rápida e em poucos dias o homem volta para as suas atividades normais.

Drogas podem impedir usuário de ter filhos


Uma das causas da infertilidade, "e que normalmente só será descoberta quando o casal estiver com dificuldades para ter um filho", é o uso de drogas, ainda que esporádico. Para quem acredita que o problema atinge apenas usuários de drogas "pesadas", como heroína, cocaína, crack e ecstasy, a doutora Silvana Chedid, diretora da clínica Chedid Grieco e chefe do setor de Reprodução Humana da Beneficência Portuguesa (SP), diz que maconha, tabaco, álcool, anabolizantes e até mesmo algumas drogas prescritas, podem interferir bastante na capacidade reprodutora de homens e mulheres.
"As drogas são responsáveis pela maioria dos casos em que a investigação da infertilidade se mostra complexa. Até mesmo medicamentos para depressão e pressão alta oferecem riscos aos pacientes, indo além da perda de libido. Eles podem reduzir a quantidade de espermas, gerar problemas de ereção e desregular a menstruação", diz a médica.
Silvana Chedid revela como as drogas podem comprometer o sonho de um casal que está tentando gerar um filho:
Álcool - "O álcool compromete o sistema reprodutor de homens e mulheres. Quem ingere bebidas alcoólicas com regularidade poderá apresentar desequilíbrio hormonal, afetando tanto a produção de esperma como a ovulação. Nas mulheres, o álcool pode provocar defeitos na fase lútea, anovulação e amenorréia. Nos homens, o mais comum é a redução drástica na quantidade e na qualidade de esperma".
Fumo - "O tabaco afeta igualmente homens e mulheres. Apesar de serem bastante conhecidos os riscos que o fumo oferece durante a gestação, pouco se fala sobre o quanto o cigarro pode impedir a concepção. Isso vale também para as gomas de mascar utilizadas por quem está tentando reduzir o fumo. Como o álcool, o cigarro também reduz drasticamente as chances de um casal ter filhos, comprometendo a quantidade e a qualidade do esperma. Mulheres fumantes também costumam apresentar mais problemas de abortos espontâneos".
Maconha - "Estudos realizados a partir de 2003 apontam cientificamente o quanto a maconha afeta o sistema reprodutor de seus usuários, resultando em baixa contagem de esperma e redução do volume de sêmen. Além disso, por conta de um ingrediente ativo da maconha (tetrahydrocannabiol THC), os espermatozóides que conseguem entrar no canal vaginal tendem a perder força antes mesmo de se aproximarem do óvulo, resultando na incapacidade de fecundação".
Cocaína, heroína, crack e ecstasy - "Essas drogas podem levar à infertilidade permanente, se usadas por tempo prolongado. No homens, costumam reduzir a libido, aumentar o número de espermatozóides defeituosos e levar à baixa contagem de espermas. Nas mulheres, as drogas podem resultar em disfunção ovulatória, irregularidades menstruais e diminuir a reserva ovariana, comprometendo seriamente a capacidade de engravidar".
Anabolizantes - "Os esteróides anabolizantes, tão na moda entre aqueles que querem ganhar massa muscular rapidamente, são derivados da testosterona e podem afetar a fertilidade permanentemente. Além da disfunção erétil e da atrofia dos testículos, o uso de anabolizantes pode diminuir a produção de esperma e aumentar a quantidade de espermatozóides defeituosos. Nas mulheres, além de ganhar traços masculinos, os esteróides podem interferir na ovulação e interromper a menstruação".

Caxumba causa infertilidade em metade dos homens adultos


No ano passado foram notificados 737 surtos da doença, que atingiu mais adultos do que crianças.
Dados do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo revelam que os surtos de caxumba aumentaram quase 500% entre 2006 e 2007, quando foram notificados 737 surtos e 3.187 casos. Até março deste ano, 35 surtos já tinham sido notificados no estado. Popularmente conhecida como uma doença infantil, a caxumba vem acometendo mais adultos e preocupando pela possibilidade de causar infertilidade.
“A caxumba é uma doença infecciosa transmitida por gotículas de saliva, tosses e espirros da pessoa infectada. Age mais sobre as glândulas parótidas, provocando inchaço atrás das orelhas, mas pode acometer os testículos. Metade dos jovens adultos que apresentam orquite, que é a inflamação dos testículos, acaba ficando irreversivelmente infértil. Neste caso, a melhor forma de prevenir a doença é através da vacinação ainda durante a infância”, diz a doutora Silvana Chedid, especialista em tratamentos de fertilização in vitro.
Segundo a especialista, ainda que o paciente permaneça em repouso enquanto apresentar dor e febre, isso não impede que a caxumba “desça” para os testículos. “O ideal é que esse paciente procure seu médico para, depois de seis meses, fazer os exames que conferem a taxa de produção de espermatozóides. Dependendo do resultado, ele poderá gerar filhos naturalmente. Já se houver redução no número ou na qualidade dos espermas, deverá contar com a eficiência das técnicas de reprodução assistida”.

Como o diabetes compromete a fertilidade


O sistema reprodutivo de homens e mulheres tem uma engenharia maravilhosa. Mas, para funcionar bem, depende de um equilíbrio entre a mensagem hormonal e a performance dos órgãos reprodutores. Doenças crônicas, como o diabetes, podem impactar o bom funcionamento e resultar em dificuldade para gerar um bebê.
O diabetes tipo 2 geralmente está associado a obesidade e resistência à insulina. Essas duas condições podem causar deficiência hormonal na mulher, assim como ciclo menstrual irregular e infertilidade. Já o diabetes tipo 1, que normalmente acomete pacientes jovens, ocorre quando as células no pâncreas que produzem insulina são destruídas por anticorpos. Esse processo também pode se estender a outros órgãos endócrinos, incluindo os ovários, e impossibilitar a gravidez.
De acordo com a doutora Silvana Chedid, especialista em Reprodução Humana e diretora da clínica Chedid Grieco Medicina Reprodutiva, as mulheres que não mantêm o diabetes bem controlado nas primeiras semana de gravidez têm entre duas e quatro vezes mais chances de gerar uma criança com defeitos, estão mais sujeitas a hemorragias e partos prematuros.
Mas, não é só a mulher que enfrenta problemas em relação à sua fertilidade. Os homens também são afetados pela doença. “Testes de DNA com espermatozóides de pacientes diabéticos demonstram maior quantidade de material defeituoso, que pode provocar a infertilidade masculina, problemas de gestação e abortos espontâneos, principalmente quando o paciente não sabe que está diabético”, diz a doutora Silvana.
Segundo a médica, o aumento da doença no Brasil tem preocupado os especialistas. “O diabético costuma apresentar uma significante redução no volume de sêmen. Em cada seis casais em que um dos cônjuges é portador de diabetes tipo 2, pelo menos um precisa recorrer a um especialista para engravidar. Sem mencionar outros fatores que podem contribuir negativamente, como o consumo de álcool e fumo”.
Fonte: Dra. Silvana Chedid, médica ginecologista, especialista em Reprodução Humana, diretora da clínica Chedid Grieco Medicina Reprodutiva, chefe do departamento de RH da Beneficência Portuguesa.

Dia dos Pais: alguns casais se deparam com problemas imunológicos, por isto não conseguem engravidar


Mulheres que fazem ciclos repetidos de fertilização e não conseguem engravidar podem ter o sistema imunológico com propensão a hiper-reatividade, ou seja, elas hiper-reagem à presença do corpo parcialmente estranho que é o embrião.
Antigamente acreditávamos que os problemas para engravidar estavam exclusivamente relacionados com a mulher. Na verdade, em apenas um terço dos casais com dificuldade para conseguir uma gravidez, a dificuldade é exclusiva da mulher. Outro terço se deve a um problema exclusivo do homem e, em mais ou menos 40% dos casos, a uma associação de dificuldades dos dois parceiros para obter a gravidez. “De todos os casais que tentam a gravidez, mais ou menos 10% vão precisar de algum tipo de ajuda para levar adiante o processo. Em um terço desses 10%, as causas seriam femininas; no outro terço, masculinas e, no terço restante, seriam atribuídas à associação de dificuldades dos dois”, afirma o médico ginecologista, Joji Ueno, especialista em Reprodução Humana, diretor da Clínica Gera.
Quando recebemos um casal que diz estar tentando engravidar, sem obter sucesso, é fundamental que se faça uma avaliação dos dois e nunca partir do princípio que o problema é só masculino ou só feminino. “O primeiro passo é pedir um espermograma para o homem, um exame que consiste na coleta de esperma para análise em laboratório. Em 99% dos casos, esse exame permite definir se a causa é masculina”, explica Joji Ueno, Professor Doutor em Ginecologia pela Faculdade de Medicina da USP.
Descartada a possibilidade do problema ser masculino, partimos para o levantamento da história clínica da mulher. É preciso saber se ela ovula e menstrua regularmente e se alguma coisa sugere que tenha tido uma infecção na pelve que possa ter comprometido as trompas. “A história clínica norteia o início da investigação da infertilidade feminina, que continua com exames laboratoriais e de imagem para confirmar se a paciente tem mesmo ovulação, se suas trompas são permeáveis ou se ela tem algum problema no colo do útero ou dentro da cavidade uterina que impede ou dificulta a concepção. Com base nesses dados, traçamos desde a continuidade do procedimento de investigação até o tipo de tratamento necessário para o casal levar adiante o projeto da gravidez”, esclarece o diretor da Clínica Gera.
Realizados esses exames iniciais, o espermograma do marido, a avaliação anatômico-funcional do aparelho reprodutor da mulher e não encontrando absolutamente nada que justifique a dificuldade para engravidar, esses casos recebem a classificação diagnóstica de “infertilidade sem causa aparente” ou ISCA. A seqüência terapêutica consiste em estimular a ovulação, mesmo sabendo que a paciente ovula, para determinar com mais precisão o dia em que ela vai ocorrer a fim de aumentar a freqüência das relações sexuais nesse período. “E quando a mulher não consegue engravidar, apesar do estímulo hormonal, de a ovulação ter ocorrido no dia certo e da relação sexual ter se dado no período conveniente, o passo seguinte é a reprodução assistida que pode ser realizada pelo processo de inseminação artificial e de fertilização in vitro”, explica Joji Ueno.

Tratamento imunológico
Quando as tentativas de engravidar por meio da inseminação artificial ou da fertilização in vitro não funcionam, os especialistas em Reprodução Humana buscam melhorar a resposta imunológica dos pacientes. “Mulheres que fazem ciclos repetidos de fertilização e não conseguem engravidar podem ter o sistema imunológico com propensão a hiper-reatividade, ou seja, elas hiper-reagem à presença do corpo parcialmente estranho que é o embrião. Nesse caso, o procedimento indicado é fazer uma inoculação de leucócitos. Isto é, dos glóbulos brancos do parceiro no organismo da mulher para que seu sistema imunológico mude as características de resposta imune e ofereça uma resposta de proteção para o embrião, o que não aconteceria sem o tratamento”, explica o médico ginecologista, Joji Ueno, especialista em Reprodução Humana, diretor da Clínica Gera.
É importante destacar que o feto não é igual à mãe, não tem a mesma compatibilidade de tecidos dela. O fato é que metade do feto é igual à mãe, mas metade tem origem paterna e precisa receber uma espécie de visto de permanência que culmina numa resposta imunológica de aceitação. “Existe um grupo de células chamadas natural killers que fica observando as células estranhas ao organismo da mulher que não deveriam estar ali. Quando encontram o embrião que não passou as informações imunológicas necessárias ou, mesmo que o tenha feito, as reações não foram percebidas pela mulher, estas células promovem a expulsão do concepto. O tratamento imunológico visa à correção dessa dificuldade em estabelecer o processo de reconhecimento da gravidez”, esclarece Joji Ueno.
O tratamento imunológico consiste na administração de uma vacina. “Colhe-se sangue do marido, procede-se a uma separação laboratorial dos glóbulos brancos que são concentrados em 0,5mL de soro fisiológico e injetados por via intradérmica, em intervalos regulares, na mulher. Existem exames para acompanhar o processo e demonstrar se ela está produzindo as reações que consideramos importantes. Quando ela tem a resposta adequada é liberada para enfrentar um novo ciclo de fertilização e a chance de conseguir a gravidez pelo menos dobra em relação à tentativa de engravidar sem o tratamento imunológico”, explica o especialista em Reprodução Humana.
Para a vacinação, o marido retira 80mL de sangue no dia em que vai ser feito o procedimento. “Num período de duas a quatro horas, esse sangue é processado. Em seguida, a mulher recebe a aplicação por via intradérmica no laboratório. A injeção é meio dolorida e pode dar uma reação no local, coceira, por exemplo. Além disso, não existe nenhuma outra reação física como febre ou mal-estar”, esclarece o diretor da Clínica Gera. São feitas duas injeções com intervalo de quatro semanas entre uma aplicação e outra. Depois, aguardam-se mais quatro semanas para medir se a resposta imunológica foi adequada. No primeiro procedimento, isso ocorre com 85% das pacientes. Os 15% restantes requerem procedimento mais intenso e de forma mais concentrada e repete-se o teste para saber se a mulher está liberada para novo ciclo de fertilização.

Infertilidade: casal unido, casal feliz


A dificuldade para gerar um bebê assusta a maioria dos casais. No entanto, a união entre eles é fundamental para se ter sucesso.
A infertilidade masculina ainda é vista como um preconceito pela maioria dos homens. Admitir a possibilidade de não ter filhos atinge a auto-estima de muitos que costumam associar a sua fertilidade com a masculinidade. “Em média, 20% dos casais enfrentam dificuldades para engravidar. Cerca de 40% desse número é relacionado ao sexo masculino”, esclarece o especialista em Reprodução Humana do Instituto Verhum, Dr. Vinícius Medina Lopes.
Não conseguir gerar filhos pode estar relacionado tanto a fatores masculinos quanto aos femininos. Problemas com a ovulação, como a síndrome dos ovários policísticos ou a má qualidade dos óvulos pela idade avançada e a obstrução das trompas, são as principais causas da infertilidade feminina. Já no homem uma série de fatores envolve a questão. Segundo Dr. Vinícius, um dos maiores problemas de infertilidade masculina é a oligozoospermia, que é a diminuição na quantidade de espermatozóides ejaculada.
Essa situação pode ter um fator genético, infeccioso, ou até mesmo por estresse. “Tudo isso está ligado a questões hormonais, doenças infecciosas como a caxumba, varicocele (dilatação das veias que drenam o sangue dos testículos), ou anatômicas, como a criptorquidia, que acontece quando o testículo fica preso a parece abdominal e não desce para a bolsa escrotal”, explica.
Tratamento: Só o especialista, após a constatação da causa, é que poderá orientar o paciente para as diversas formas terapêuticas. “Tudo é baseado na correção dos problemas diagnosticados na pesquisa de fertilidade. Dessa maneira é importante o tratamento dos problemas encontrados no casal”, informa Dr. Jean Pierre B. Brasileiro, também especialista em Reprodução Humana, e completa: “às vezes apenas uma orientação médica a respeito do costume e dos dias das relações sexuais pode ser suficiente para se obter a tão desejada gestação”.

Os riscos da Síndrome do Ovário Policístico na gravidez


É difícil achar uma mulher que passa a vida inteira sem ter uma reclamaçãozinha de sintomas relacionados a alterações hormonais. E há uma alteração hormonal que afeta 10% das mulheres em idade reprodutiva, conhecida por Síndrome do Ovário Policístico.
O nome é bem estranho, mas as causas são bem conhecidas. Os sintomas mais comuns dessa síndrome são aumento de pêlos na região do queixo, abdômen e buço, pele oleosa e acne, aumento de peso, pequenos cistos no ovário detectados por um ultrassom e ciclos menstruais desregrados, fazendo com que a mulher menstrue apenas de duas a três vezes ao ano.
A Síndrome do Ovário Policístico pode prejudicar a gravidez. Por conta do ciclo menstrual espaçado, a mulher pode ter dificuldade de engravidar, tendo, às vezes, que recorrer a outros métodos para acontecer a fertilização.
Que fique bem claro: nem toda mulher que tem pequenos cistos no ovário desenvolverá a Síndrome. Para o diagnóstico, além dos pequenos cistos, todos os outros sintomas, principalmente a alteração nos ciclos menstruais, precisam estar associados.
Há mulheres que já tiveram filhos e nunca tiveram sintoma e que, um dia, por um ultrassom, descobrem que têm ovários cheios de pequenos cistos, mas que não alteram em nada o metabolismo.
Dieta - A obesidade pode ser uma das causas da síndrome do ovário policístico, piorando as condições, pois inibe a ação da insulina na célula, aumenta o nível de glicose no sangue e faz com que o pâncreas produza mais insulina. A mulher começa a ter alterações menstruais e aumento dos pêlos, mas isso tende a regredir com o emagrecimento.
Outra causa é uma produção maior de hormônios masculinos por conta dos cistos no ovário ou por alterações da hipófise e hipotálamos, responsáveis pelas produções dos hormônios do organismo. Tendo como conseqüência aumento do tamanho dos ovários e ciclos menstruais espaçados.
Controle diário - Não há cura para a Síndrome do ovário policístico, mas o tratamento regulariza os sintomas e isso vai depender muito da fase em que a mulher se encontra. Se estiver na puberdade, o que incomodará serão os pêlos em excesso, as acnes e o aumento de peso.
Muitas vezes só o emagrecimento é o suficiente. Já a mulher que queira engravidar deve fazer uso de medicamentos que estimulem a ovulação. Se não der certo, a fertilização in vitro é outra solução.
O tratamento deve ser feito e a síndrome deve ser acompanhada, já que as mulheres que a apresentam essa síndrome têm riscos maiores de desenvolverem diabetes tipo II, distúrbios cardiovasculares, hipertensão e até câncer.
Dicas
Ao perceber os sintomas da síndrome, procure um endocrinologista ou um ginecologista.
Se estiver acima do peso, alimente-se saudavelmente e faça exercícios físicos. Emagrecendo alivia os sintomas.
A Síndrome do ovário policístico não quer dizer que nunca terá filhos. Muitas engravidam sem tratamento e outras somente com a indução da ovulação.

Sorvete para evitar infertilidade


Aquela mulher que adora tomar um sorvete cremoso sem medo de engordar tem menores riscos de ter dificuldade para engravidar. Que coisa boa. Portanto, futuras mamães pensem na possibilidade de trocar o leite integral pelo sorvete pelo menos duas vezes por semana.
Esse pedido tem como base um estudo feito em Harvard, Estados Unidos, coordenado por Jorge Chavarro, co-autor do livro "A Dieta da Felicidade". A pesquisa acompanhou por oito anos mais de 18 mil mulheres entre 24 e 42 anos.
A cada dois anos essas mulheres respondiam a um questionário com perguntas sobre o que comeram e a frequência com que acontecia, se tentaram engravidar e quais as dificuldades encontradas.
O resultado foi que mulheres que consumiam menos de uma vez por semana produtos desnatados aumentavam em 85% as chances de ovular em relação às mulheres que consomem esses produtos diariamente.
Já as mulheres que ingeriam sorvete (alto teor de gordura) duas vezes por semana tiveram 38% menor risco de infertilidade em comparação às mulheres que consomem só uma vez por semana.
O risco de infertilidade em mulheres que consomem alimentos integrais uma vez por dia cai 22%.
Por que isso ocorre? - A explicação dos pesquisadores é de que a gordura do leite tem substâncias que melhoram o funcionamento dos ovários.
"Não é para ir como uma louca e começar a ingerir sorvete e produtos integrais três vezes por dia", disse o coordenador. "Mas é possível ter uma dieta saudável, equilibrando baixa ingestão de gordura saturada e elevado teor de gordura dos produtos lácteos", informa Jorge Chavarro.
Dicas
Se você tem problemas com peso, procure um especialista como um nutricionista e faça uma dieta equilibrada com alimentos que goste.
Sorvete diet ou light não vale! Para ter a gordura que aumenta a ovulação tem que ser sorvete integral.
Complemente sua dieta com atividades físicas.

Tento engravidar, mas não consigo. O que fazer?


Carreira, objetivos a serem alcançados, estabilidade financeira e liberdade. Quem não tem esses objetivos em mente? Não bastassem todos esses desafios, muitas mulheres acrescentam mais uma "missão" na fase adulta: ser mãe. A questão é encaixar o período ideal de programar o bebê, o que nem sempre é fácil.

E devido aos inúmeros projetos profissionais, cada vez mais as mulheres adiam o sonho de serem mães. O "momento certo" de engravidar para aquelas que têm o desejo de ser mãe sempre chega, para algumas mais cedo e para outras mais tarde, mas sempre chega.
Não há motivo para pânico se em duas ou três tentativas para engravidar não deu certo. Estima-se que as chances de uma mulher engravidar até os 30 anos sejam de 20 a 30% por relação sexual. Se 100 mulheres fizerem sexo hoje sem nenhum tipo de contracepção, menos de 30 delas conseguirão a fecundação. Engravidar não é tão fácil assim.
Um casal só é considerado infértil se tentar regularmente a gravidez durante um ano e não conseguir sucesso. Para a Organização Mundial da Saúde, somente 15% dos casais têm algum problema de infertilidade durante a vida fértil.
Quando não se consegue engravidar logo se pensa em métodos complexos, entre os quais a fertilização em vitro, inseminação artificial, entre outros. Muitas vezes a solução é mais simples do que se imagina.
Alimentação inadequada, estresse exagerado e alterações emocionais são alguns dos fatores que, muitas vezes, alteram a fertilidade do casal. Muitas terapias naturais podem ajudar no controle dessas situações ou mesmo uma terapia para diminuir a ansiedade.
Outros motivos são determinantes nas dificuldades de engravidar, como excesso de peso, idade da mulher maior que 35 anos, doenças sexualmente transmissíveis e cigarro.
Segundo a bioquímica Carolina Ynterian, há um grupo de cinco fatores que são responsáveis por 40% das causas de infertilidade feminina:
Síndrome dos ovários Policísticos: causada por um desequilíbrio hormonal e excesso de hormônio masculino, provoca irregularidades na menstruação, aumento dos pêlos, ganho de peso e acne. A ovulação também fica muito comprometida, o que dificulta na gravidez. Ressalta-se que a gestação pode ocorrer neste quadro.
Endometriose: Doença que ocorre quando a mucosa que reveste o útero é expelida dentro da cavidade do abdômen ao invés de ser eliminada através do canal vaginal junto com o sangue menstrual e acaba dificultando a concepção.
Problemas ovulatórios: Principal causa de infertilidade nas mulheres, geralmente o que ocorre é uma falha na liberação de hormônios, irregularidade no ciclo menstrual ou problema nos ovários. Mediante isso, a ovulação fica prejudicada ou completamente ausente.
Alterações da tireóide: Aumento ou diminuição da função da glândula tireóide leva a um desequilíbrio hormonal, o que reflete no funcionamento dos ovários, consequentemente, na produção dos hormônios LH e FSH.
Aumento da prolactina: quando há aumento deste hormônio, os ovários não funcionam direito, o problema pode bloquear ou interferir a ovulação.
Não podemos esquecer que os homens também apresentam problemas de infertilidade e os principais são quando o homem não ejacula, não produz a quantidade adequada de espermatozóide, seus espermatozóides não se movimentam "bem", não têm uma forma normal ou não funcionam adequadamente.
Sabendo de tudo isso, quando o casal quiser engravidar o melhor é procurar um médico e realizar todos os exames para verificar se está tudo bem e assim tentar a gravidez. Se isso não der certo, há a possibilidade de se recorrer aos métodos de reprodução assistida.