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O parto na rede pública, e privada com e sem plano de saúde


Os procedimentos, condutas hospitalares e direitos da mulher em relação ao parto não se diferem nos hospitais públicos, privados ou com plano de saúde. A diferença está no poder aquisitivo e nos tipos de parto realizados.
As maternidades privadas estão ficando cada vez mais parecidas com hotéis de luxo. Enquanto isso, é cada vez mais comum verificar na rede pública desde a falta de leitos, mulheres em peregrinação por vários hospitais para encontrar uma vaga, falta de recursos humanos, tratamentos absolutamente desumanos e sem qualquer estrutura para atender uma parturiente até maternidades modelo com programas premiados de humanização do parto.
Esse é apenas um dos reflexos da desigualdade social que impera no país, fazendo do Brasil o segundo país do mundo com maior diferença de renda.
Cesariana em alta nas privadas - Mas é no tipo de parto realizado por essas maternidades que está a grande diferença. Na rede privada, a taxa de parto cesárea chega a quase 80%. Os índices mais altos estão na rede privada com plano de saúde.
Já nos hospitais e maternidades da rede pública, as taxas de cesariana caem para 27.5%. Esses dados são apontados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão governamental que regula a ação das operadoras de planos no País.
Pela Organização Mundial da Saúde, a recomendação é de que as cesarianas representem 15% dos partos. Mesmo nos hospitais públicos, o Brasil tem um índice muito alto de partos cesáreas. Isso mostra o quanto o país ainda está distante de oferecer uma assistência de qualidade à mulher.
Se o cálculo da idade gestacional do bebê for malfeito, o parto cesárea será feito antes da hora e o bebê nascerá prematuro, podendo trazer complicações no pós-parto como distúrbios respiratórios. Bebês de 37 a 38 semanas têm 120 vezes mais chances de apresentar a síndrome da angústia respiratória do que aqueles de 39 semanas. No parto normal, você tem certeza que ele está nascendo na época adequada.
O risco de morte materna em partos cesárea aumenta em 2,8 vezes em relação ao parto normal. A mãe também pode sofrer hemorragia e infecção puerperal. Sua recuperação é mais demorada do que no parto normal e sua estadia no hospital é maior.
O parto cesárea só deve ser realizado em situação de risco para a mãe ou para o feto ou se o trabalho de parto se estender excessivamente.
Opção pela cesariana - Os motivos para o elevado índice do parto cesárea são por comodidade da mãe e do médico que controlam a situação do parto, marcando dia e horário para o nascimento, diferentemente do parto normal, em que a natureza determina o dia e horário.
Outro motivo é o financeiro. Muitas instituições privadas têm como objetivo o lucro em detrimento de assistência e, portanto, o parto cesárea é mais lucrativo.
Já os médicos no Brasil geralmente são mal-remunerados, principalmente os que são conveniados com os planos de saúde, e por isso precisam trabalha em mais de um lugar. Por prestarem serviços em vários lugares, não têm tempo de ficar monitorando as parturientes nas seis ou mais horas de trabalho de parto de um parto normal.
O pagamento pelos convênios ou mesmo pelos pacientes particulares é maior com o parto cesárea e além de tudo é mais rápido. Assim o médico faz mais partos com maior lucratividade. Isso já não acontece na rede pública, onde o valor do pagamento pelos partos é o mesmo para normal e para a cesariana.
Além da comodidade, as mulheres preferem o parto cesárea por medo da dor do parto e os médicos cedem a pressão. Um bom pré-natal esclarecendo todas as dúvidas e mitos, inseguranças e medo da hora do parto com um obstetra que apóie o parto normal dará tranqüilidade e segurança para a mulher na hora de dar à luz e isto por si só já ameniza a dor.
Mas se a dor do parto normal for insuportável, a parturiente pode pedir a anestesia peridural onde as contrações continuarão, mas a dor não será mais sentida.
Como a necessidade de economia na rede pública é grande, a tendência é não abusar da tecnologia. Essa economia traz vantagens para a mãe e o bebê onde é a natureza que tem o controle do parto e o médico está presente para acompanhamento e intervenção só se for preciso. Mas a principal razão da queda no número de cesáreas foi as medidas tomadas pelo Ministério da Saúde para incentivar a realização de partos normais.
Os planos de saúde poderiam ajudar a reverter os altos índices de cesarianas oferecendo mais estímulo ao médico tanto do ponto de vista financeiro, pagando melhor o parto normal, como no aspecto de humanização do parto.
Cabe ao médico indicar o tipo de parto mais adequado para cada mulher e a gestante deve aceitar ou de questionar a escolha. Mas se a gestante pode ter o seu filho de parto normal e o médico indica a cesárea, há um desrespeito ao direito da mulher.

Chegou a hora de nascer?


Um enorme ponto de interrogação invade a cabeça da mamãe momentos antes de o nenê surgir definitivamente ao mundo.
A razão é simples: a insegurança de saber quando realmente chegou a hora de ter o bebê em seus braços é imensa, principalmente com as mamães de primeira viagem. Como saber se as contrações que sente são verdadeiras?
O corpo da mamãe se prepara para o parto algumas semanas antes do dia previsto para o nascimento do bebê. Aparecem algumas contrações consideradas falsas,chamadas de contrações Braxton Hicks. São indolores, irregulares e não mais que quatro contrações por hora durante o descanso. Fique atenta se esse número for maior, pois pode ser o indício de trabalho de parto prematuro.
Alguns sintomas podem aparecer para avisar que a hora do trabalho de parto está chegando. O bebê se posiciona mais para baixo, o que dá uma sensação de compressão no baixo ventre que pode ser acompanhada de uma dor lombar e perdas vaginais mais intensas. O abdome endurece.
O tampão mucoso que bloqueia o colo do útero sairá da vagina (parece uma geléia rosada) e isso pode acontecer até 72 horas antes do começo do trabalho de parto. É a dilatação do útero que se inicia.
As contrações geralmente começam depois do rompimento da bolsa de água. Quando a bolsa estourar, ligue imediatamente para o seu médico ou parteira que geralmente te orientará ir para a maternidade.
Novatas - Em uma mulher primípara (que terá seu primeiro filho), o trabalho de parto dura em média de 12 a 14 horas. Para as mamães que já tiveram filho, o tempo médio é de 6 a 8 horas de duração.
No início do trabalho de parto, as contrações aparecem regulares com intervalos de cinco a dez minutos. Ao final, a mamãe deve senti-las a cada dois ou três minutos com duração de 30 a 45 segundos. Como uma onda, crescem aos poucos, atingem um ponto máximo e depois começam a diminuir.
O papel das contrações é o de abrir o colo do útero em 10cm ou mais para que forme um canal permitindo a passagem do bebê. Uma boa dica é se movimentar, andando durante o trabalho de parto, pois isso ajuda o bebê a descer e diminuir as dores das contrações. Técnicas de respiração e relaxamento também são importantes para aliviar as dores.

Direitos no parto e pós-parto


Toda mulher tem direito a uma gravidez saudável e a um parto seguro. Muitos dos direitos da mulher na hora do parto e pós-parto são desrespeitados muitas vezes por falta de conhecimento da própria mãe. Aqui vamos relatar os direitos da mulher na hora do parto e no pós-parto.
Nenhum hospital, maternidade ou casa de parto pode recusar um atendimento de parto já que é considerado uma situação de urgência. A parturiente só pode ser transferida para outro local se os profissionais da saúde a examinarem e houver tempo suficiente para que chegue no local onde a vaga e garantia de atendimento estiverem confirmadas.
Quando já estiver internada e no trabalho de parto, a mamãe deve ter todas as suas queixas e reclamações ouvidas e dúvidas esclarecidas. Ninguém, isso inclui a equipe do hospital e acompanhante, tem o direito de intimidá-la ou recriminá-la quando gritar, chorar de dor, seja também por qualquer outro motivo. É uma reação normal que toda mulher tem o direito de ter.
As roupas usadas pela mamãe devem ser confortáveis e que não tragam nenhum constrangimento. A mulher à espera de dar à luz também tem o direito de ter um acompanhante na hora do parto de sua própria escolha. O melhor é conversar sobre isto antes do parto.
Converse com a equipe sobre a necessidade de lavagem intestinal e raspagem dos pêlos pubianos, isso nem sempre é necessário, assim como o soro com medicamentos para indução do parto. Esse soro só é necessário em ocasiões especiais. O melhor é pedir explicações sobre todos os procedimentos feitos pela equipe do hospital e estes devem fornecer, pois também é um direito.
Parto - O melhor e mais seguro parto para a mulher é o parto normal e toda mulher tem direito. O parto cesárea é uma cirurgia que tem chances maiores de complicações e só deve ser feito em casos extremos. A equipe deve estar preparada para fazer uma assistência humanizada e de qualidade tanto para a mamãe como para seus acompanhantes.
Se a mamãe quiser, poderá ingerir líquidos durante o trabalho de parto. A equipe hospitalar indicará a hora de fazer jejum.
Na hora do parto, a dor aparece e cada mulher sente essa dor de maneiras diferentes. Umas acham suportável e agüentam um parto sem anestesia, outras não toleram e podem pedir a aplicação de anestesia.
Nem sempre é necessária a episiotomia (corte feito no períneo para aumentar a passagem do bebê e evitar o rompimento da pele da vagina). Pergunte ao médico se no seu caso a episiotomia realmente é imprescindível.
Caso precise de um parto cesárea, é importante que a mulher saiba os motivos da necessidade desta cirurgia. Esse parto só deve ser realizado quando for para o bem da sua saúde ou do bebê.
Depois do parto, a mamãe tem o direito de ter o bebê ao seu lado no Alojamento Conjunto e de amamentar em livre demanda. A separação só precisa ser feia se um dos dois necessitar de cuidados especiais.
Tem direito também de receber informações sobre a amamentação e suas vantagens tanto para você quanto para o bebê. No momento da alta, você deve sair com orientações sobre quando e onde deverá fazer a consulta de pós-parto e do controle do bebê.
Em todo procedimento realizado ou solicitado, a mamãe tem o direito de ser informada com palavras simples sobre os motivos da conduta. E ela tem o direito de escolha quando qualquer procedimento tenha mais de uma opção para ser realizado.
Caso não seja bem atendida em qualquer momento do seu parto, a recomendação é procurar a gerência do serviço de saúde e relatar sua queixa.
Fechar o ciclo - Se a mamãe quiser fazer a ligadura de trompas deve ter certeza do que quer, pois é para sempre. Você tem o direito de ser informada sobre todos os outros métodos para evitar uma gravidez.
Lembre-se que fazer uma cesariana para realizar ligadura de trompas é contra a lei e é um risco desnecessário à sua saúde.
A nova lei sobre planejamento familiar permite a realização da ligadura em mulheres com mais de 25 anos ou com mais de dois filhos. Mas a ligadura não poderá ser feita logo depois do parto ou da cesárea, a não ser que você tenha algum problema grave de saúde ou tenha feito várias cesarianas.
Se você decidir ligar as trompas, saiba que a ligadura pode ser feita gratuitamente nos hospitais públicos e conveniados ao SUS.
Não só a mamãe, mas o papai também tem direitos nos serviços de saúde. Tem o direito de ser reconhecido como pai e não como visita na época do parto, tendo acesso facilitado para acompanhar a mamãe e o bebê a qualquer hora do dia.
Também tem direito de ir à consulta pós-parto da mulher para receber informações e orientações sobre contracepção e prevenção de doenças transmitidas em relação sexual. A participação do pai durante a gravidez, parto e pós-parto é um dever que deve ser exercido.

Meu bebê nasceu


Logo que o bebê nasce, o obstetra entrega-o para o pediatra que aspira as secreções da boca e narinas, limpando a passagem de ar para que possa respirar sozinho pela primeira vez.
Depois é feita a ligadura do coto umbilical e, no primeiro minuto de vida, o Teste de Apgar, repetido no quinto minuto e até no décimo de acordo com a necessidade do bebê. Serve para avaliar as condições de vitalidade através dos batimentos cardíacos, reflexos, tônus muscular, cor da pele e respiração.
Dependendo do hospital, o bebê pode ser levado à mamãe para mamar ou para outra sala onde será pesado e medido. A amamentação na sala de parto acelera a saída da placenta e aumenta o vínculo mãe e filho. Se preciso, ficar em observação, tendo o bebê deitado no berçário.
Depois da amamentação na sala de parto, enquanto a mamãe se recupera, é hora da enfermeira dar banho e de medir o peso, altura, tamanho do tórax, crânio do bebê e ainda ele recebe uma dose de vitamina K para prevenir a doença hemorrágica do recém-nascido.
Depois o bebê vai para o berço aquecido para observação por meia hora. O pediatra avalia novamente e a enfermeira veste e coloca a pulseirinha de identificação. O bebê então é levado para o berçário ou o alojamento conjunto junto com a mamãe, dependendo dos critérios do hospital e da própria escolha da mãe.

Parto sem Dor


Seria o ideal para qualquer mãe do mundo. Existem várias técnicas para a realização de um parto sem dor. No Brasil, parto sem dor é o parto feito com a aplicação de anestesia peridural ou raquianestesia. A maneira mais moderna e eficaz de tirar a dor do período de dilatação é a anestesia peridural, pois alivia ou quase anula a dor, mas as contrações se mantêm.
Entretanto, o parto sem dor pode começar no pré-natal onde a mãe deve receber as informações necessárias de como reconhecer as contrações verdadeiras, a hora de ir para o hospital e o que acontecerá com ela no hospital.
Se tiver um acompanhante na hora do parto, tensão e a insegurança da mamãe também diminuem, suavizando dores. Outro fator é atenção dada à mamãe quando chega ao hospital.
Outro método desenvolvido nos Estados Unidos é um treinamento baseado em técnicas respiratórias, de relaxamento e de concentração das gestantes. O objetivo é deixar a mamãe preparada para o parto e deixá-la segura de todo o processo, assim terá muito menos dor do que uma mulher assustada e tensa.

Parto Humanizado


A humanização do parto não significa mais uma nova técnica ou mais conhecimento, mas, sim, o respeito à fisiologia do parto e à mulher.
Muitos hospitais e serviços médicos ignoram as regulamentações exigidas pela Organização Mundial de Saúde e Ministério da Saúde, seja por querer todo o controle da situação do parto, por conveniência dos hospitais em desocupar leitos mais rápido ou por comodidade de médicos e mulheres em que no mundo atual não se pode perder muito tempo.
Mas a ciência vem comprovando que o excesso de intervenções tecnológicas durante o parto pode não ser tão seguro em partos de baixo risco.
Já se provou que as parteiras são mais seguras que os médicos nos nascimentos de baixo risco, e que neste mesmo nascimento de baixo risco o parto domiciliar ou em Casas de Parto são tão seguros quanto os realizados nos hospitais e maternidades, com a vantagem de não realizarem tantas intervenções, pois o parto é mais natural.
O acompanhamento familiar deixa a parturiente mais tranqüila, tornando o parto mais seguro, ao constatar que a equipe especializada dos hospitais não consegue oferecer o suporte emocional que a parturiente necessita.
A posição deitada substituiu o parto vertical para melhor controle médico, mas a posição vertical é mais segura tanto para a mamãe quanto para o bebê, além de ser mais rápida. A presença do bebê junto à mãe após o parto é tão ou mais importante para o vínculo afetivo dos dois do que os exames realizados no bebê depois do parto e longe da mãe.
Mais do que após o parto, a presença do bebê junto à genitora no quarto é fundamental para o conhecimento de ambos, maior vínculo afetivo e amamentação prolongada. O leite artificial substituiu o leite materno e está provado que o aleitamento materno é superior nas suas qualidades.
Humanizar o parto é dar liberdade às escolhas da mulher, prestar um atendimento focado em suas necessidades, e não em crenças e mitos. O médico deve mostrar todas as opções que a mulher tem de escolha baseado na história do pré-natal e desenvolvimento fetal e acompanhar essas escolhas, intervindo o menos possível.
É a mulher que deve escolher onde ter o bebê, qual acompanhante quer ao seu lado na hora do trabalho de parto e no parto, liberdade de movimentação antes do parto e em que posição é melhor na hora do nascimento, direito de ser bem atendida e amamentar na primeira meia hora de vida do bebê. Para isso, é fundamental o pré-natal.
A dor é entendida como uma função fisiológica normal que pode ser aliviada com métodos não-farmacológicos amplamente embasados, mas não quer dizer que a mulher não tenha a escolha de optar pelo uso de analgesia.
Isso não significa que o parto cesárea ou com intervenção médica não possa ser humanizado. O parto cesárea existe para salvar vidas, mas não deve ser a grande maioria dos partos como acontece hoje e sim como em último caso. Isso também deveria acontecer com as intervenções médicas que somente devem ser aplicadas quando necessárias ou quando de escolha da mulher se bem orientada quanto a essas intervenções.
O Parto Humanizado significa direcionar toda atenção às necessidades da mulher e dar-lhe o controle da situação na hora do nascimento, mostrando as opções de escolha baseados na ciência e nos direitos que tem.

Papai vendo o filho nascer


A cena é a seguinte: mamãe no centro cirúrgico dando à luz. O papai na sala de espera está nervoso e parando todo e qualquer ser que se veste de branco para perguntar se seu filho já nasceu e se está tudo bem com o bebê e sua mulher.
Essa era o roteiro que se repetia toda vez que uma mulher entrava em trabalho de parto. Isso mesmo, ERA! Essa cena agora está mudando.
O que se pode ver nas maternidades de hoje em dia são papais participando e muito dentro das salas de parto lado a lado com a mamãe, compartilhando de todas as emoções que o nascimento de um filho pode trazer.
Para um papai chegar à sala de parto, não adianta simplesmente chegar no dia do bebê nascer e querer entrar no centro cirúrgico. Um papai despreparado pode mais atrapalhar do que ajudar nesse momento.
Sem preparativos, ele pode ficar muito nervoso e desmaiar, tendo que ser atendido. Nesses casos, o pai certamente atrapalhará os procedimentos médicos, podendo até contaminar objetos que serão utilizados na realização do parto.
Um papai estará preparado para entrar na sala de parto quando é um pai participativo da gestação da sua mulher. Aquele que vai às consultas do pré-natal, viu o ultrassom e escutou os batimentos do coraçãozinho do seu filho, realizou os desejos da sua mulher durante a gravidez, freqüentou o curso para gestantes e se informou de como será a hora do parto e suas intercorrências.
É aquele pai que de tanto seguir os conselhos acaba sentindo até enjôos. Não precisamos exagerar!
Cuidados - Além dele estar preparado, deve haver o consenso entre médico, mamãe e papai. Algumas mamães não se sentem à vontade em ter o papai ao seu lado. Outros papais acham que não vão agüentar caso se deparem com "sangue".
Dependendo da evolução da gestação, se for uma gravidez de risco, o médico pode proibir por haver risco de complicações.
Havendo o consenso, o papai trará segurança e proteção para a mamãe que estará em trabalho de parto.
O papai tem um papel de proteção e segurança dentro da sala de parto, segurando a mão da mamãe, olhando-a nos olhos, organizando sua respiração com momentos de força e relaxamento.
A presença do papai na sala de parto pode facilitar que este se sinta parte de todo o processo de nascimento, construindo e internalizando seu papel de pai para que cada dia seu vínculo com a mamãe e com o bebê se torne mais forte.
Dicas
Saber com o médico que realizará o parto e sobre todos os procedimentos que serão realizados para que a ansiedade e nervosismo não atrapalhem na hora.
Papai, não se sinta pressionado a fazer o que não quer. Se você acha que não está preparado para estar na sala de parto com sua mulher, não vá. Uma boa conversa com a mamãe fará com que ela entenda que você poderá só atrapalhar.
Caso a maternidade cobre ou proíba a entrada do papai na sala de parto, procure seu direito, pois a Lei 11.108 de abril de 2005 regulamenta a presença do acompanhante.

O perfeito e delicado sistema hormonal do parto


Como o corpo produz tudo o que é necessário para que o parto seja um evento seguro, e a conseqüência das interferências nesse processo
É bem sabido que a vida na terra é composta de uma rede que interconecta todos os seres, onde um depende do outro para que o todo subsista. A própria natureza cria sistemas de auto-regulação que favorecem a vida. É como se fosse do próprio “interesse” do todo manter a reprodução dos seres vivos.
Assim, é inato a cada fêmea do reino animal - como a cada mulher - um sistema reprodutivo perfeitamente organizado para a manutenção da espécie e para que gerar, gestar, e parir sejam experiências seguras para a mulher. Num parto sem perturbações, o próprio organismo humano se ocupa de produzir analgésicos (beta-endorfinas) que aliviam as dores do parto, ou de atingir um pico de ocitocina que previne hemorragia pós-parto, por exemplo.
Mesmo sem receber informações sobre o que deve ser feito, sem ser “educado” para o parto, o corpo feminino será capaz de realizá-lo, da mesma maneira como realiza qualquer outra função fisiológica sem que haja necessidade de um comando racional para acionar esse mecanismo.

O parto é um evento fisiológico
Em seus seminários, o obstetra francês Michel Odent lança sempre a pergunta: “qual é a parte mais ativa em uma mulher em trabalho de parto?” - o cérebro. É ele que comanda todas as contrações uterinas, a intensidade com que acontecem, o ritmo do trabalho; é o cérebro que acionará e liberará no organismo da mulher hormônios que vão além do nascimento em si, agindo na transformação da mulher (e todas as outras fêmeas) em uma mãe. Alguns hormônios atuam não apenas no nível físico, mas também no nível comportamental e emocional, como a prolactina, que ativa o instinto materno, ou as beta-endorfinas que criarão o laço de dependência e cuidado entre mãe e filho¹.
Há milhares de anos esse mecanismo fisiológico tem permitido que a espécie humana se perpetue. As intervenções médicas nesse processo, contudo, têm acarretado partos difíceis, traumáticos, e com seqüelas comportamentais e emocionais, que se mostram seja nas mulheres com depressão pós-parto ou sentindo-se incapazes de cuidarem de seus filhos, seja na instituição de uma sociedade mais violenta, devido aos seus “novos integrantes” não terem recebido doses de hormônios previstos pelo cérebro.²
Hormônios sintéticos (utilizados para induzir e/ou acelerar o trabalho), analgésicos, epidurais, ou mesmo condições externas como luz forte, por exemplo, podem interferir nessa rede hormonal e interromper o encadeamento fisiológico e a seqüência do trabalho. Hormônios sintéticos causam efeitos físicos em determinada parte do corpo, mas não atuam no comportamento como os hormônios produzidos pelo próprio cérebro, além de possuírem uma ação isolada, não sendo regulados de acordo com o que está acontecendo no resto do corpo da mãe e do bebê.

Hormônios naturais x Hormônios Sintéticos
Quando é ministrada ocitocina sintética a uma mulher durante o trabalho de parto, o número de receptores de ocitocina no útero é reduzido pelo corpo para prevenir uma estimulação em excesso.³ Isso significa que a mulher tem maiores riscos de hemorragia pós-parto, pois sua própria liberação de ocitocina, crítica nesse momento para contrair o útero e prevenir a hemorragia, será inútil devido ao baixo número de receptores.
A ocitocina materna atravessa a placenta e entra no cérebro do bebê durante o trabalho, agindo para proteger as células cerebrais fetais “desligando-as”, e diminuindo o consumo de oxigênio em um momento em que os níveis de oxigênio disponíveis para o feto são naturalmente baixos4. A ocitocina sintética, porém, não tem a capacidade de atravessar a parede placentária, e não atingirá o organismo do bebê.
Outro efeito da ocitocina sintética é que as contrações produzidas por ela podem acontecer muito próximas umas das outras, impedindo que o bebê se recupere da pressão sofrida pelo útero. Em condições normais, o cérebro da mãe libera a ocitocina por meio de pulsações, e como os dois organismos – mãe e bebê - estão em comunicação durante o trabalho de parto por meio do fluxo sanguíneo comum, o cérebro conseguirá “ler” o nível de catecolaminas liberada na corrente sanguinea pelo bebê, regulando a intensidade e o ritmo das contrações de acordo com o nível de estresse vivido pelo bebê e pela mãe.
Os níveis de todos os hormônios presentes no momento do parto são regulados de acordo com o andamento do trabalho e do estado físico em que se encontra a mãe e o bebê. A alteração de um só elemento desestrutura toda essa delicada rede, cujas conseqüências se estendem para o pós-parto, o aleitamento e a relação emocional entre mãe e filho. Nos momentos finais da preparação do bebê para o nascimento, os hormônios atuam para amadurecer os pulmões e regular o sistema termogênico (regulação térmica) do recém-nascido.

Os danos causados por interferências no sistema hormonal do parto
Durante o período pré-natal, o cérebro do bebê está mais vulnerável a danos irreversíveis5 e estudos indicam que substâncias ministradas por volta da hora do parto, mesmo em pequenas doses, podem causar efeitos colaterais na estrutura do cérebro e na química do recém-nascido que talvez não sejam claros até a idade adulta.6
Os medicamentos ministrados à mãe entram imediatamente na corrente sangüínea e vão igualmente ao bebê, e alguns desses medicamentos serão absorvidos preferencialmente pelo seu cérebro7. A meia-vida das substâncias ministradas (ou seja, o tempo que se leva para reduzir em 50% o nível do medicamento da corrente sangüínea) é muito maior no organismo do bebê após o corte do cordão umbilical. A buvicaína, por exemplo (medicamento derivado da cocaína, usado como anestésico local), tem uma meia-vida de 2,7 horas no organismo adulto, mas cerca 8 horas em um bebê recém-nascido.8
Os medicamentos utilizados em procedimentos de rotina nos partos continuam agindo no corpo da mãe e do bebê por horas após o parto, fazendo com que a mãe esteja sedada no momento de seu primeiro encontro com seu filho, e que o bebê nasça sob efeito dessas drogas, o que causa um imprinting químico no seu cérebro. As conseqüências desse fenômeno poderão ser percebidas na vida adulta como tendência física em reviver tal sensação experienciada no parto, causada por essas substâncias anestésicas. O imprinting previsto pela natureza para o cérebro do bebê neste momento seria aquele realizado pela ocitocina produzida pelo cérebro da mãe e do bebê durante um trabalho de parto sem interferências.
Para que o trabalho e o parto aconteçam de forma ideal, algumas medidas simples podem ser tomadas, que permitem que o sistema límbico (parte primitiva do cérebro, comum a todos os mamíferos) faça o trabalho de produção dos hormônios necessários ao parto e ao imprinting no cérebro da mãe e do bebê. O neo-cortex humano - a parte mais racional e moderna do cérebro, que quando em ação impede o perfeito funcionamento dos comandos do sistema límbico, que comanda as funções fisiológicas previstas para o parto9 - é estimulado por luzes fortes, pela construção de um raciocínio por meio da linguagem, pelo frio (libera adrenalina), e pela sensação de estar em risco. Evitar todos esses fatores é a condição básica para que o parto seja facilitado, e que o corpo coloque em ação o modelo fisiológico previsto para um parto seguro e prazeroso.

Anestesia ou dor no parto normal?


As mulheres que serão futuras mamães já ficam trêmulas só de pensar em sentir dor na hora do parto e logo dizem ao médico a preferência pela anestesia. Realmente em alguns casos a anestesia é necessária, mas não em todos. A dor normalmente faz parte do processo do parto, infelizmente.
Mas a dor do parto é muito cultural e é diferente de mulher para mulher. Hoje é muito difundido principalmente pela televisão que a dor do parto é insuportável e que não existiria dor pior. E é importante ressaltar que não é bem assim.
Uma mulher que entende todo o processo das contrações, do parto, tirando todas as dúvidas com o seu médico, que é bem atendida no pré-parto, que está junto de pessoas com quem confia na hora da dor e que consegue relaxar e pensar nos benefícios dessa dor fica mais segura e mais calma, diminuindo a dor.
Além disso, a dor das contrações é muito benéfica para mãe e bebê, pois regula o momento do parto. A dor faz com que o organismo da mulher produza os hormônios chamados endorfinas, que diminuem a dor e relaxam a mulher, deixando-a menos cansada e mais resistente para enfrentar todo o processo do parto. Quanto mais evolui o trabalho de parto, mais endorfina é lançada no corpo da mulher.
A dor mostra para a mulher qual a melhor posição a ficar, o caminho a ser percorrido, qual o melhor momento de fazer força, facilitando todo o processo fisiológico da chegada do bebê.
Claro que em muitos casos a anestesia é bem vinda e necessária, mas o uso dela aumentou significativamente nos últimos tempos mesmo com alternativas menos invasivas para o alívio da dor.
Denish Walsh, obstetra e professor da Universidade de Nottingham, Inglaterra, em artigo publicado na revista "Evidence Based Midwifery", relata que alguns estudos já mostraram que a anestesia epidural aumenta a probabilidade de ter que induzir as contrações com tratamentos hormonais, e o uso de fórceps é mais frequente para ajudar a saída do bebê.
Portanto, futuras mamães, pensem no que é melhor para você e seu bebê. Tire suas dúvidas sobre a dor do parto e pratique exercícios que a ajudem a relaxar e melhorar a respiração, fatores que ajudam a diminuir a dor na hora do parto.
Dicas
O apoio de pessoas de quem confia ajuda muito principalmente nas pessoas que estarão com você na sala de parto. Procure conhecer a equipe que estará na hora do seu parto.
Técnicas de respiração ajudam na melhor oxigenação durante as contrações e relaxamento nos intervalos. Procure aprendê-las.
Se mesmo assim o medo da dor é maior que tudo isso, converse com seu médico e escolha a melhor opção para você.

Dar à luz na própria residência pode representar sérios riscos


Polêmica declaração da top model Gisele Bündchen a respeito do nascimento de Benjamim coloca em discussão a banalização da cesariana versus o parto natural
O avanço na medicina e em exames complementares registrado nas últimas décadas gerou uma "medicalização" intensa em diversas especialidades e, em especial, quando relacionada à gestação. Muitos partos com potencial de serem realizados de forma natural e espontânea acabavam em cesáreas desnecessárias, dando ao país o vergonhoso título de campeão mundial em cesarianas. "A Organização Mundial da Saúde aceita como taxa normal de cesáreas cifras em torno de 20% dos partos - índices presentes na maioria dos países desenvolvidos. Isso significa que a cada 10 pacientes que estejam em trabalho de parto, duas precisam da cesárea para assegurar um recém-nascido saudável", revela a Dra. Flávia Fairbanks, ginecologista especializada em sexualidade humana.
Em resposta às altas taxas de partos operatórios registrados no Brasil, teve início um forte movimento em prol do parto normal. O governo instituiu campanhas a favor do método e grande parte da mídia apoiou a iniciativa.
Já em relação aos obstetras, houve certa apreensão quando a campanha começou a incentivar o uso das "casas de parto", muitas vezes localizadas longe dos hospitais e, principalmente, pelo fato de não haver nesses locais possibilidade de se converter um parto normal em cesárea no caso de uma emergência. "A iniciativa do parto domiciliar vem ganhando força há alguns anos, mas nessa situação a possibilidade de socorro numa emergência é muito pequena. A mãe pode necessitar de cuidados mais amplos, como a analgesia de parto para suportar a dor das contrações, medicamentos para controlar a pressão arterial durante o trabalho de parto, entre outras necessidades. Quanto ao bebê, ele pode precisar de manobras de reanimação neonatal para garantir a boa oxigenação do sistema nervoso ao nascer. Todas essas etapas requerem aparelhagem e pessoal treinado, tanto equipe médica quanto enfermagem, dificilmente encontrados numa situação de parto domiciliar", declara Dra. Flávia.
A ginecologista afirma ser favorável ao parto normal, desde que haja garantia absoluta de conforto para a mãe e a criança, através de um ambiente adequado, com a devida assistência médica, de enfermagem e com o equipamento de suporte para os casos de emergência, como aparelho de anestesia, oxigênio e neonatologistas experientes em reanimação neonatal. "O momento do parto pode ser decisivo para as demais etapas da vida do ser humano. O tipo de assistência recebida pela gestante e pelo bebê poderá determinar se o resultado final será positivo, com mãe e filho saudáveis e em segurança", finaliza a médica.
Dra. Flávia Fairbanks
Graduada pela Faculdade de Medicina da USP, realizou residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da FMUSP, foi médica preceptora da Ginecologia do Hospital das Clínicas da FMUSP. É Pós-graduada em Ginecologia do Hospital das Clínicas da FMUSP nos setores de Endometriose e Sexualidade Humana.

Parto humanizado retoma antigos procedimentos e devolve à mãe o controle do ritmo do seu corpo na hora de dar à luz


Grande parte das mulheres passam a gestação preocupadas com a hora do parto, afinal a própria palavra se tornou sinônimo de algo sacrificado, difícil e até mesmo doloroso. Mas será que a hora de receber o bebê aguardado por nove meses deve ser realmente traumátca? Para a enfermeira obstetra Andréa Porto da Cruz, não.
Com experiência na área de obstetrícia, a enfermeira é defensora do parto natural humanizado e diz que com este método a mulher pode ter total domínio do momento do nascimento. “O parto natural ou humanizado representa uma retomada do método antigo de dar à luz quando a mulher dita o ritmo do parto, ela escolhe como terá o bebê e quando ele nascerá”, diz Andréa.

A diferença entre parto natural humanizado e o parto normal é justamente a maneira como o processo é conduzido. No parto humanizado o atendimento é centrado na mulher, que é tratada com respeito e de forma carinhosa, podendo desfrutar da companhia da família, caminhar, tomar banho de chuveiro ou banheira para aliviar as dores. As intervenções de medicamento, aceleração do parto ou mesmo o tradicional corte vaginal acontece somente quando é estritamente necessário.
“Hoje o parto normal é mesmo um sofrimento. A mãe tem que ficar deitada todo o tempo em que está em trabalho de parto, geralmente com soro que acelera o processo, na hora do parto ela é removida para outra sala e recebe de qualquer forma o corte vaginal. Além de tudo isso ela não pode gritar, andar e muitas vezes fica sozinha durante este processo”, explica a enfermeira.
Alguns hospitais oferecem uma situação mais acolhedora na hora do parto, com quartos que são usados antes, durante e depois do parto, mas a também enfermeira obstetra Karina Fernandes comenta que para isso toda a equipe deve estar preparada e disposta para enfrentar o trabalho de parto no ritmo da mulher.
Karina acompanha partos em casa. Ela diz que a mulher que opta pelo parto natural deve estar disposta e consciente de que terá papel ativo no parto. A enfermeira, quando solicitada para este tipo de parto caseiro, acompanha a gestante desde o início das contrações até o nascimento e deve estar preparada para levar a gestante para o hospital caso o parto natural não seja realmente possível.
O grande medo de toda mulher é a dor. Sobre isso, Andréa explica que ela varia muito de pessoa para pessoa e que ela pode ser aliviada de forma natural, com massagens nas costas, aromaterapia, banhos de chuveiro ou de banheira. O tempo em que a gestante fica em trabalho de parto também pode ser variado. Em geral a primeira gestação leva em torno de 16 horas, já as demais o tempo chega a 12 horas.
Para que os casos de intervenção sejam minimizados existem alguns procedimentos que podem ser feitos antes de se optar pela cesárea. “Colocamos a gestante para fazer alguns exercícios em bola de parto e outros aparelhos para recolocar o bebê em posição para o parto. Vamos monitorando o tempo todo, com o partograma, que é um gráfico para avaliar a evolução do parto e no caso de necessidade de intervenção e em ultimo caso encaminhamos para a Cesárea”, diz Andrea.
Além do fator humano e sentimental o parto natural também oferece uma recuperação mais rápida para a mãe e menos risco para o bebê, isso por que ao nascer de parto natural ele corre menos risco de aspirar liquido e também de infecções.
Hoje no Brasil são realizados 80% de Cesáreas em hospitais particulares. Na rede pública este número cai para 35%, mas o número de nascimentos por parto normal ainda está muito abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde, que estipula uma média de 15% de cesáreas.